1 de abr. de 2014

Ditadura e gestão

É muito impressionante que tenhamos chegado nesse momento da história do país vendo grandes meios como a Folha fazendo uma revisão tão positiva da ditadura.
Todos os fracassos sociais, éticos, culturais são esquecidos em nome de um discurso liberal que serve para justificar, se eles assim quiserem, novas ditaduras, novas violências.
Impressiona que a ditadura hoje não seja lida como uma tragédia em nossa história e que muitos venham a público armados de mentiras para justifica-la.
O que a Folha faz é dar à economia uma centralidade que coloca os números como uma medida para o que não tem medida.
O que aconteceu no país não pode ser lido por números, estatísticas e dados, mesmo que esses fossem verdadeiros. O que aconteceu no país durante os 21 anos demanda uma outra natureza de avaliação.
Quando o estado opta por matar física e subjetivamente sua população, essa opção não pode coabitar com argumentos lógicos racionais. Apesar de sabermos das opções desses grupos, o que lemos nesses dias não deixa de estarrecer.
O aniversário de 50 anos do golpe assustadoramente serve para justificar aquilo que parecia eliminado como possibilidade.
Em muitos lugares, como nesse editorial da Folha, a ditadura aparece como uma possibilidade de gestão. Eis a tragédia que se repete.

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