21 de jul. de 2014

Há pelo menos 30 anos me manifesto politicamente; sem que isso tenha muita relevância, é verdade.
Comecei a me interessar por política no final da ditadura, com o surgimento do PT, com a possibilidade de eleições livres.
Na Universidade, antes das eleições diretas que elegeram o Collor, os debates eram intenso e cotidianos. Escrevíamos em pequenos jornais, íamos de sala em sala além de muitas passeatas e comícios.
De lá para cá, mesmo sem ter a política institucional como uma ocupação central, nunca deixei de me colocar, escrever, manifestar, etc.
Hoje, pela primeira vez, temo represálias.
Há algo acontecendo nas práticas agressivas e irresponsáveis das policiais, do jurídico e das midiáticas que é de grande gravidade. Não se trata mais de fatos isolados, mas de uma política que procura instituir uma cultura de controle de toda resistência ao que se opõe à ordem estabelecida por esses poderes.
Se na grande mídia não há mais voz ou estética dissonante, é preciso matar esses dissensos venham eles de onde for.
Pagaremos caro por esse estado de medo e arbitrariedades que se institui.
Há algo novo no ar. Um medo que não conhecia.

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