12 de ago. de 2007

O Púcaro Búlgaro, na Laura Alvim/Rio

Depois de assistir a brilhante montagem de O púcaro búlgaro (1964), de Campos de Carvalho (1917/1998), dirigida por Aderbal Freire-Filho, passei o dia de hoje reconhecendo a lógica absurda da expedição surreal em diversos lugares e pessoas.

Os projetos que giram em torno de si mesmo, as falas que só movimentam a linguagem (o que certamente já é suficiente para movimentar o mundo) e os objetivos absurdos aparecem na peça com poesia, humor e infindáveis e brilhantes jogos de palavras.

O humor é estranho e delicioso, mistura, obviamente, o surrealismo com eventuais cenas de circo.

A atuação dos atores é impressionante. Com grande fluidez eles passam de um papel a outro, da primeira para a terceira pessoa em quase duas horas de peça sem intervalo. (Candido Damm, Ana Barroso, Isio Ghelman, Augusto Madeira e Gillray Coutinho.)

O texto é de uma liberdade e de uma invenção absolutamente contagiantes; erudito, absurdo e vulgar.

Enquanto a expedição tenta descobrir se a Bulgária existe, descobri hoje que somos todos búlgaros.

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