22 de jun. de 2013

Riqueza compulsória


A fala da presidenta tem uma aproximação com o tom da grande mídia que me parece relevante destacar.
Lamenta-se os protestos em relação à inserção do Brasil no cenário mundial.
Tudo vinha tão bem.... A Copa apareceria como um coroamento de uma trajetória que colocou o Brasil como um “player” central nas questões globais. E, logo agora, essas manifestações.

Os protestos precisa ser pensados não apenas como um problema na inserção em uma ordem vigente, regida por agencias de risco e padrões homogeneizantes de estádios de futebol, mas como problematização dessa ordem.

As manifestações não ocorrem porque o projeto desenvolvimentista e centrado no consumo industrial não deu certo, mas porque não é o projeto adequado. Ou, se foi durante dez anos, ele parece ter chegado ao limite. Nesse sentido, o Brasil assume efetivamente um protagonismo, questionando o projeto que o mundo admira. Os índios e a nossa imobilidade urbana testemunham os desdobramentos desse projeto. As agências de risco não incluem o risco de ser Guarani-Kaiowa.

Dilma pede que recebamos bem nossos convidados, mas como, se não fomos convidados para a festa? O Brasil é um detalhe para a Copa.
As manifestações dão um limite para a FIFA, símbolo da forma como fomos alijados do que nos pertence, o futebol.

No projeto de inclusão no consumo, estamos entendendo que para alcançar um patamar relevante de cidadania com cultura, educação, futebol e tempo livre é preciso ser rico.

Minha pauta – já que tantas são possíveis - : eu não quero que meus filhos sejam obrigados a serem ricos.

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