29 de jul. de 2016

7 junho 2016

Aqueles críticos às manifestações de junho de 13, dizendo que ali se fomentava o golpe, agem como o ministro interino da cultura. 
Não suportam o dissenso, não suportam que vozes dissonantes apareçam onde menos se espera. Querem a ordem centralizada, querem a unidade encarnada onde quer que ela esteja, no pai político ou na imagem da pátria sem tensões. Acreditam na centralidade do Estado ou do partido como representantes da totalidade da sociedade. 
Felizmente a democracia não é um samba de uma nota só, mas uma complexidade de desejos que não pode ou deve ser estancada. 
A ação política hoje é inseparável de palavras fora do lugar que não cessam de se esquivar do ordenamento do poder e da burocracia. 
Se o dissenso e a reunião de desejos não organizáveis em um projeto único não é suportável é a própria democracia que está em jogo.

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