29 de jul. de 2016

jogos olímpicos

19 junho 2016

Que grandes eventos funcionam para instaurar crises radicais, permitindo que poderes pouco democráticos possam operar na cidade, nas finanças, no país, já sabíamos. 
Mas o que governo do Rio vem fazendo, com a justificativa das Olimpíadas, é pior do que podíamos esperar. 
A crise permite o choque – como tão bem explica Naomi Klein. Não é na democracia que o liberalismo pode atuar com facilidade. 
Foi preciso um Pinochet para que os rapazes de Chicago pudessem dar um choque na economia chilena revogando direitos, aprofundando as diferenças de classe, fazendo do país um tubo de ensaio para o neoliberalismo.
Um ditador é longo demais, um evento-ditadura é o hedonismo do capital.
Na Grécia, o ensaio dos eventos-choque estava feito.
Crise-evento - hipérbole de ganhos - crise aguda - fim da democracia. E assim o Syriza se esfacela.
No Brasil os eventos-crise vêm dobrados: dois eventos, duas crises.
Com o impedimento da Dilma, não era mais necessário um novo evento-crise para que as regras minimamente conseguidas para segurar a selvageria do capital fossem desmontadas.
Mas ai está o evento.
Duas crises sobrepostas = tratamento de choque intensificado.
Crise financeira – verbas - imagem do país = queremos devorar sua democracia.
Espero que não seja muito tranquilo para eles.

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