28 de dez. de 2009

O impasse da guerra - Afeganistão

Diante do ataque (cnn - Al Jazeera)das forças americanas contra civis Afegãos, fica uma vez mais explicita a inoperância das estratégias de Obama na região.
Com a ida de McChrystal para o Afeganistão, algo mudava na estratégia. Os Estados Unidos assumiam a impossibilidade de ganhar essa disputa pela força militar tradicional. Obama pediu 40 mil homens e McChrystal indicou o caminho. Não podemos mais atacar, não podemos estar separados da população.
Trata-se se uma estratégia que percebe que o embate não se dá contra um estado, mas contra forças fragmentadas. E, contra essa fragmentação, a única estratégia é uma ocupação viral. Os americanos, segundo McChrystal, precisam ficar amigos dos Afegãos, inclusive dos insurgentes (ver matéria na Piauí de novembro). Curiosamnete a nova estratégia se confunde com a ajuda humanitária; estar presente, ocupar, ajudar, construir, alimentar, etc. Diante dessa estratégia, a vitória não é parte dos planos possíveis.
Adotar esses métodos e dizer que irá deixar o país em 2012 é absurdo.
Com os ataques de ontem o Estados Unidos voltam - continuam - fazendo o que sabem fazer bem. Entretanto abandonam as novas ordens. Se não atacarem e optarem pela guerra orgânica e viral, de infiltração - biopolítica, se quisermos, a vitória não é uma perspectiva. Se atacarem são derrotados pois não há o que ganhar, como mostra a história das guerras no Afeganistão.

O Globo e autoritarismo de sempre

No Globo de hoje
Menos de 10% das obras do PAC foram concluídas
A Casa Civil contesta com um argumento pertinente. Não é possível medir pelo número de obras, mas pelo investimento. Uma usina hidroelétrica concluída não pode estar no mesmo patamar que o esgoto de uma rua em um bairro de Nova Iguaçu - por mais importante que seja essa obra também. Fazendo-se essa ressalva, o percentual salta para mais de 32%.
O Globo adota o método que lhe convêm e não se dá ao trabalho de explicar porque muda o método.
O autoritarismo de sempre.

26 de dez. de 2009

Bibliografia levantada por François Dosse (Deleuze e Guattari)


Para continuar a leitura de Mille Plateaux a partir do mapeamento feito na ótima biografia cruzada de Deleuze e Guattari.

John Austin, Quand dire c'est faire. Seuil, Paris, 1970.
(Ação e a performatividade da palavra.)

Pierce, Écrits sur le signe. Seuil, 1978, Paris. (óbvio né?)

De Certeau, Dominique Julia, Jacques Revel, Une Politique de la langue. Gallimard, Paris 1975.

Pierre Clastres, Chronique des indiens Guayakis, Plon, Paris, 1972.

UPPs, mídia e consenso

Tenho tido muita curiosidade para saber mais sobre as UPP.
Há um enorme consenso na cidade sobre sua eficácia.
Que bom que há uma ação do estado para que a violência diminua nos desdobramentos do tráfico.
Na verdade, como parece estar ficando claro, o tráfico não é o problema, mas a violência que dali se desdobra. Essa visão é um importante passo para a liberação das drogas.
Há tráfico com baixa violência em Lisboa, Madrid, Londres, etc.
O que tem chamado atenção é a facilidade e o consenso.
Como pode essa grande força dos traficantes que tanto se propagandeou nos últimos anos ser dominada em vários morros da zona sul do Rio - os pontos mais valorizados - em tão pouco tempo?
Não se lê nada sobre a população, a não ser a aceitação.
A Fernanda Bruno postou outro dia no twitter dizendo que no Dona Marta houve manifestações por conta da instalação de câmeras de vigilância, na grande mídia nada.