2 de jun. de 2011

Imagens alheias

Toda imagem que se preze é alheia a quem a produz.
Ela é encontro entre meu olho e eu mesmo, entre as vozes que me atravessam e meu olho, entre o filmado e a tecnologia, etc. 
Toda imagem é sempre a alheia a quem a vê, é sempre a imagem de um outro. Mas, ver uma imagem é toma-la para si, fazer dessa imagem a minha imagem.
Mas, o que podem as imagens?
Duas coisas. Elas podem ganhar pertencimento fixos – autores, informações, provas. Ou seja, podem encontrar uma finalidade.
Ou, melhor seria, elas podem continuar seus caminhos em que o pertencimento é inseparável do não-pertencimento.
Papel do espectador: fazer suas as imagens que lhe permanecem alheias.

2 comentários:

Anônimo disse...

uma vez cheguei a uma conclusão, após filmar, que a câmera era o meu outro eu. Meu professor em seguida lembrou Rimbaud, "Eu é um outro". Poderíamos trocar a palavra câmera por imagens.

Unknown disse...

Interessante o ponto filosófico levantado.
Acho que no caso de pintura, o outro eu seria o pincel, e minhas palavras as tintas. Certo?
Abs, artista plástico Quim Alcantara
http://quim.com.br/