26 de dez. de 2011

A cidade e a exclusão

Duas manchetes do Globo de hoje (27.12), como se fossem fatos isolados.

1 - Rio, uma cidade em movimento. Projetos e investimentos põem o Rio no caminho para a transformação

2 - Favelas cresceram mais no interior do RJ do que na capital. Aumento foi de 121%; só em Macaé, são 36.233 vivendo em comunidade.

23 de dez. de 2011

A questão da Habitação - Engels 1873


"Na realidade, a burguesia tem apenas um método para resolver à sua maneira a questão da habitação — isto é, resolvê-la de tal forma que a solução produza a questão sempre de novo. Este método chama-se «Haussmann».
Por «Haussmann» entendo não apenas a maneira especificamente bonapartista do Haussmann parisiense de abrir ruas compridas, direitas e largas pelo meio dos apertados bairros operários e de guarnecê-las de ambos os lados com grandes edifícios de luxo, com o que se pretendia não só atingir a finalidade estratégica de dificultar a luta nas barricadas mas também formar um proletariado da construção civil especificamente bonapartista e dependente do governo e transformar a cidade numa pura cidade de luxo. Por «Haussmann» entendo também a prática generalizada de abrir brechas nos bairros operários, especialmente nos de localização central nas nossas grandes cidades, quer essa prática seja seguida por considerações de saúde pública e de embelezamento ou devido à procura de grandes áreas comerciais centralmente localizadas ou por necessidades do trânsito, tais como vias-férreas, ruas, etc. O resultado é em toda a parte o mesmo, por mais diverso que seja o pretexto: as vielas e becos mais escandalosos desaparecem ante grande autoglorificação da burguesia por esse êxito imediato mas... ressuscitam logo de novo em qualquer lugar e frequentemente na vizinhança imediata."



22 de dez. de 2011

Cairo


Grafite na parede de concreto que a junta militar fez em duas ruas que cercam Tahrir para impedir que os manifestantes cheguem nos prédios públicos.


Eleições no Egito - 3 candidatos




Por conta do alto índice de analfabetismo, cada candidato tem um símbolo. Esse símbolo é sorteado. Alguns deixam o símbolo bem pequeno no cartaz, outros se identificam e o exploram, com o é o caso do rifle.

O candidato com o boné tem na testa a marca de um muçulmano praticante, uma espécie de calo causado  por tanto se tocar a testa no chão durante a reza. A marca é muito comum no Egito.

A primeira candidata é a mais intrigante. Uma imagem sem imagem.

21 de dez. de 2011

Tv no Brasil, Tv no Egito

No Egito as restrições aos meios de comunicação sempre foram muito grandes no regime de Mubarak. Hoje, críticos à junta militar são julgados e condenados. 
Ao mesmo tempo, a TV do hotel baratinho tem 500 canais. No domingo a noite 11 filmes originalmente falados em árabe eram transmitidos simultaneamente.
Na nosso caso, a liberdade de expressão na televisão é regida por um mercado monopolista e elitista, em muitos casos pior que o de uma ditadura.

18 de dez. de 2011

Último dia em Tahrir


Estive hoje novamente na Praça Tahrir. Uma despedida. Amanha retono ao Brasil.
A Praça tem as marcas dos embates de ontem. A policia queimou as barracas dos muitos que estavam acampados, o chão da praça est'a cheio de pedras e com muitas pessoas circulando com feridas ou com capacetes de obra.

Ao mesmo tempo, algum engraxam seus sapatos, os vendedores de camiseta que homenageiam a revolução continuam ali e o comercio est'a aberto.
Rua fechada em frente ao palácio do primeiro ministro.












O embate pesado acontece 400 metros mais a frente, onde a policia bloqueou a rua com enormes blocos de concreto para impedir que os manifestantes recuperem a rua do palacio no primeiro ministro.

Impressiona a calma nas proximidades da praça, mas, mais do que isso, impressiona a massa de gente diante dos blocos de concreto.
Essa 'e a segunda barreira de concreto que a policia faz para impedir uma ligação direta entre a praça e os principais prédios do governo.

Como disse um rapaz que me deu uma carona hoje. Quando eles construirem umas cinco barreiras dessa, eles não terão como sair de la e dai derrubaremos a junta militar.

4 de dez. de 2011

5 x Favela - agora por nós mesmos e Avenida Brasília Formosa: da possibilidade de uma imagem crítica


 As favelas são parte da disputa estética e política na cidade. Uma disputa que se faz em torno do descontrole das potências vitais que ali se forjam. Privilegiamos neste artigo os filmes 5 x Favela - agora por nós mesmos (Cacá Diegues – prod., 2010) e Avenida Brasília Formosa (Gabriel Mascaro, 2009) e com eles investigamos as possibilidades críticas, de escrituras e projetos, que operam no horizonte biopolítico do capitalismo contemporâneo.
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Artigo publicado na Revista Devires  (segue)

3 de dez. de 2011

Internet democrática e sem nostalgia

Artigo publicado no jornal O Povo, de Fortaleza.

Internet democrática e sem nostalgia


No atual debate sobre a crítica e a forma como a internet aparece como espaço em que novas mediações são inventadas, gostaria de refletir sobre três pontos relevantes para entender o que acontece com a crítica e a produção de conhecimento com a internet.
A crítica não estava reprimida


Alguns dirão: antes da internet a crítica estava reprimida. Ou seja, havia uma massa de críticos e pensadores escrevendo e pensando sobre arte, cultura e política e, com a internet, encontraram um espaço de publicação.
( segue )