Participei essa semana de um animado debate com dois espectadores, em Teresópolis, durante os Festival de Inverno.
Fui convidado para conversar sobre três curtas contemporâneos
Uma das questões que tentei pensar é das mais óbvias do documentário. Porque se filme a pessoa x ou y? Porque um filme escolhe o Caetano Veloso e não o Mia Couto, o porteiro da minha casa e não a caixa do supermercado?
Cada um desses três filmes se concentrava em um personagem específico.
No caso de “O chapéu do meu avó” a resposta é óbvia. Filmar a família sempre foi razão suficiente para se fazer um filme.
Não é preciso ter outra justificativa se filmar o avô além do fato de ele ser o avô .
Mas, o que acontece no caso dos outros dois personagens?
Eles são excêntricos, performáticos, eventualmente divertidos.
Seriam então essa características suficientes para a escolha?
Se concordamos que sim, o cinema deve então ser encarado como um gigantesco inventarista.
Enquanto houver gente haverá cinema.
Como no Curta do Furtado.... como é o nome mesmo?
Essa não é sua vida?
Toda e qualquer vida é tranformável em filme.
Justificar a escolha desses personagens pelo o que nelas difere de vidas mais ordinárias, como a minha, por exemplo, me parece muito pouco.
Ou melhor, não é o personagem que justifica o filme.
Ah! Mas isso é difícil demais de entender!
Fui convidado para conversar sobre três curtas contemporâneos
Rua da Escadinha 162
Direção: Marcio Câmara
O Homem-Livro
Direção: Anna Azevedo
O chapéu do meu vô
Direção: Julia Zakia
Uma das questões que tentei pensar é das mais óbvias do documentário. Porque se filme a pessoa x ou y? Porque um filme escolhe o Caetano Veloso e não o Mia Couto, o porteiro da minha casa e não a caixa do supermercado?
Cada um desses três filmes se concentrava em um personagem específico.
No caso de “O chapéu do meu avó” a resposta é óbvia. Filmar a família sempre foi razão suficiente para se fazer um filme.
Não é preciso ter outra justificativa se filmar o avô além do fato de ele ser o avô .
Mas, o que acontece no caso dos outros dois personagens?
Eles são excêntricos, performáticos, eventualmente divertidos.
Seriam então essa características suficientes para a escolha?
Se concordamos que sim, o cinema deve então ser encarado como um gigantesco inventarista.
Enquanto houver gente haverá cinema.
Como no Curta do Furtado.... como é o nome mesmo?
Essa não é sua vida?
Toda e qualquer vida é tranformável em filme.
Justificar a escolha desses personagens pelo o que nelas difere de vidas mais ordinárias, como a minha, por exemplo, me parece muito pouco.
Ou melhor, não é o personagem que justifica o filme.
Ah! Mas isso é difícil demais de entender!
2 comentários:
Olá, Cezar. Achei interessante esta observação. A partir dela, pensei diversas coisas, desde a minha resistência em fazer um filme sobre algum personagem da minha própria família à relação familiar que acabo por estabelecer com os personagens dos meus filmes. E, de fato, concordo quando fala que não é o personagem que deve ser o tema. Nunca havia pensado nisso, mas concordo, que o motivo de se ligar a câmera seja aquilo que o personagem traz como questão, aquilo que sua existência articula. Acredito que, em alguns casos, essa relação entre tema e personagem seja quase que indissociável, mas não exclui, de qualquer forma, essa perspectiva. Muito bom!
Abraços,
Júlia Machado.
(juliamachado_c@yahoo,com.br)
(www.cinemadeverdade.wordpress.com)
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