14 de out. de 2013

A Europa e a contagem dos mortos

O tempo vai passar e teremos esquecido a morte dos mais de 200 africanos indo em direção à Europa. A naturalização de uma tragédia de tais proporções é parte da naturalização da própria Europa excludente ou do capital como um todo. É o preço a pagar. Todos negros.
Se levarmos a tragédia a sério, se tirarmos as reais consequência dessas mortes, é toda a lógica da globalização das mercadorias e das fronteiras para os humanos que seria colocada em cena.
Par que tudo fique como está, a tragédia vira um problema dos africanos, da pobreza, do navio superlotado, etc. É o esforço de contexto que fica de fora, como se as mortes não tivessem nenhuma continuidade com o tipo de produção e circulação da riqueza no mundo.
Poucos eventos falam tanto sobre nosso tempo. Infelizmente as vidas comuns não tem lugar na gestão dos vivos, apenas na contagem dos mortos.

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