Provocado pelo amigo Felipe Lacerda, depois de um post em que eu fazia distinções entre esquerda e direita, senti a necessidade de reafirmar a existência de tais distinções, sobretudo pelas práticas.
Existem práticas de direita e de esquerda. Essas práticas são mais claras que partidos, políticos, pessoas. Mas, obviamente, alguns tendem às práticas de esquerda e outros não.
Poderíamos, como Deleuze, marcar a diferença apontando para o endereço postal: ser de direita é como o endereço que se coloca em uma carta: Primeiro a pessoa, depois a rua, o bairro e por último o país – o mundo, então, nem aparece.
Ser de esquerda seria o contrário.
Como pensava as manifestações, recorri a outro amigo dizendo: Ser de esquerda é fazer do grito das ruas uma voz, um discurso, um gesto político que precisa de resposta. Ser de direita é fazer desse mesmo grito um ruído incompreensível que apenas deve ser abafado, seja com as portas fechadas, seja com ruídos mais estridentes, bombas, por exemplo.
Independente da simplicidade dessas definições, elas ajudam a pensar as práticas.
O problema fundamental é que se esquerda e direita se constituem em práticas, quando dizemos que não há esquerda ou direita, estamos dizendo algo muito mais grave. Estamos dizendo que não temos como julgar tais práticas. Note que aqui não estou falando desse ou daquele partido, nem estou pensando as ilegalidades, mas me esquivando do cinismo que não vê possibilidade de escolha, uma vez que tudo se equivale. Estou me esquivando dos que entregam para os poderes instituídos os rumos da cidade, negando que há vida política onde não se espera, em quem não tem poder instituído.
Diria que ser de esquerda nesse momento é encontrar formas, invenções, forças para resistir à máquina despolitizante que atravessa muitos poderes instituídos – executivo, legislativo, universidade, mídias.
Existem práticas de direita e de esquerda. Essas práticas são mais claras que partidos, políticos, pessoas. Mas, obviamente, alguns tendem às práticas de esquerda e outros não.
Poderíamos, como Deleuze, marcar a diferença apontando para o endereço postal: ser de direita é como o endereço que se coloca em uma carta: Primeiro a pessoa, depois a rua, o bairro e por último o país – o mundo, então, nem aparece.
Ser de esquerda seria o contrário.
Como pensava as manifestações, recorri a outro amigo dizendo: Ser de esquerda é fazer do grito das ruas uma voz, um discurso, um gesto político que precisa de resposta. Ser de direita é fazer desse mesmo grito um ruído incompreensível que apenas deve ser abafado, seja com as portas fechadas, seja com ruídos mais estridentes, bombas, por exemplo.
Independente da simplicidade dessas definições, elas ajudam a pensar as práticas.
O problema fundamental é que se esquerda e direita se constituem em práticas, quando dizemos que não há esquerda ou direita, estamos dizendo algo muito mais grave. Estamos dizendo que não temos como julgar tais práticas. Note que aqui não estou falando desse ou daquele partido, nem estou pensando as ilegalidades, mas me esquivando do cinismo que não vê possibilidade de escolha, uma vez que tudo se equivale. Estou me esquivando dos que entregam para os poderes instituídos os rumos da cidade, negando que há vida política onde não se espera, em quem não tem poder instituído.
Diria que ser de esquerda nesse momento é encontrar formas, invenções, forças para resistir à máquina despolitizante que atravessa muitos poderes instituídos – executivo, legislativo, universidade, mídias.
2 comentários:
Concordo, mas só direita e esquerda? Deve haver espaço para mais.
eu ia dizer o que está exatamente a seguir (ou algo próximo) no meu post acima, mas achei muito emocional até ler o seu post seguinte.
o escroto é que para uma mudança radical, definitiva, temos de agir conforme as regras vigentes, ou seja, as elaboradas por eles, dançar conforme a música que toca para vencê-los em seus termos.
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