Para educar a população e limpar a cidade, no Rio de Janeiro já é proibido jogar guimba de cigarros no chão. Felizmente ainda é possível andar de Land Rover 4X4 sozinho. Ufa!
"Essa dimensão de acesso livre, sem regras, sem portas e sem porteiros em que insisti ao caracterizar o limbo é, simplesmente, a dimensão que caracteriza o espaço público. A rua, se você quiser, mas quando a rua não está controlada, ou seja, não nos limites dos shoppings, nem nos dos edifícios institucionais, nem nos dos equipamentos de uso reservado e especializado. A rua como o lugar de qualquer um, sem proteção, onde espreita o perigo e pode ocorrer qualquer coisa. Um lugar sem outras regras que as que se dão, sempre implícita e provisoriamente, os seres anônimos que as ocupam. E que se referem, fundamentalmente, que ninguém pode dela apropriar-se, a que ninguém é mais nem menos que ninguém. A rua como espaço da igualdade e também, claro, da insegurança, da sujeira, do comum abandono. A rua como o lugar sem posições, sem graus, sem hierarquias, sem especializações, como o lugar em que se está exposto, como o espaço do estar junto ou diante de outros, em presença dos outros, exposto à presença, aos atos e às palavras dos outros. Digo isso porque a universidade, a escola (com suas regras, seus horários, seus espaços segmentados, suas notas, sua ordem, sua linguagem, seus valores, seu currículo, tudo o que poderíamos chamar o regime pedagógico) seria o contrário desse espaço público." De um texto do Jorge Larrosa que se chama Palavras desde o limbo, você conhece?
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"Essa dimensão de acesso livre, sem regras, sem portas e sem porteiros em que insisti ao caracterizar o limbo é, simplesmente, a dimensão que caracteriza o espaço público. A rua, se você quiser, mas quando a rua não está controlada, ou seja, não nos limites dos shoppings, nem nos dos edifícios institucionais, nem nos dos equipamentos de uso reservado e especializado. A rua como o lugar de qualquer um, sem proteção, onde espreita o perigo e pode ocorrer qualquer coisa. Um lugar sem outras regras que as que se dão, sempre implícita e provisoriamente, os seres anônimos que as ocupam. E que se referem, fundamentalmente, que ninguém pode dela apropriar-se, a que ninguém é mais nem menos que ninguém. A rua como espaço da igualdade e também, claro, da insegurança, da sujeira, do comum abandono. A rua como o lugar sem posições, sem graus, sem hierarquias, sem especializações, como o lugar em que se está exposto, como o espaço do estar junto ou diante de outros, em presença dos outros, exposto à presença, aos atos e às palavras dos outros.
Digo isso porque a universidade, a escola (com suas regras, seus horários, seus espaços segmentados, suas notas, sua ordem, sua linguagem, seus valores, seu currículo, tudo o que poderíamos chamar o regime pedagógico) seria o contrário desse espaço público." De um texto do Jorge Larrosa que se chama Palavras desde o limbo, você conhece?
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