18 de ago. de 2014

Marina e Dilma

A confirmação de Marina como candidata trará algo muito sério para o campo da esquerda.
Teremos a responsabilidade e a possibilidade de um real debate político.
Se a dicotomia simplista e redutora entre PT e PSDB atuava como um verdadeiro bloqueador do pensamento, uma disputa entre Dilma e Marina nos coloca a necessidade de um aprofundamento sobre a democracia que queremos.
Será absurdo e triste se o debate ficar nas caricaturas: os eleitores de Dilma acusando Marina de evangélica, como se Dilma estivesse há anos defendo a legalização da interrupção voluntária de gravidez, a legalização da maconha. E, por outro lado, os eleitores de Marina restringindo suas críticas as opções do desenvolvimentismo de Dilma, como se Marina, não tivesse participado de um governo com essa característica ou se estivesse chegando para romper com a lógica em curso.
O que me entusiasma é a possibilidade de um verdadeiro debate à esquerda que em muito pode ultrapassar questões morais ou econômicas e se centrar no que pode ser a democracia mesmo. Mas esse debate é difícil, parece bem mais fácil colocar um rótulo no outro e bater sem trégua.
A dificuldade da militância hoje parece ser a aposta na política mesmo, para além das estratégias publicitárias e das pesquisas de opinião. Dilma e Marina podem ser bem maiores que o espetáculo eleitoral-midiático armado, é minha torcida.

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