Curioso o debate em torno da favela cenográfica que Serra usou em seu primeiro programa televisivo.
Por todos os lados ouvimos a cobrança de verdade. Mesmo pessoas do PSDB vieram dizer que foi um erro. No Estadão de hoje - domingo 29/08 - o José Gregori é rápido ao dizer que o problema fora corrigido já no segundo programa.
O que me parece curioso é a exigência de indicialidade em uma propaganda em que tudo é ficção. Não digo mentira, mas uma construção para o público, com objetivos claros e transparentes. Nenhum eleitor tem dúvida de que ali se trata de imagens e candidatos bem lustrados e modelados. Mas, no momento em que se mostra uma favela, ela deve ser verdadeira.
Ninguém do PSDB foi a público dizer que se trata de uma referência à favela ou que o partido não queria perturbar os moradores ou qualquer outra desculpa. Também eles concordaram. Se é favela tem que ser verdadeira.
A favela é verdade, último bastião do real. Não é por outra razão que todo turista que vem ao Rio deve ir a uma favela, deve ver o que a cidade tem ainda de original e puro. Não é outro o motivo da indignação em relação ao programa de Serra.
Quando for possível fazer uma favela fake em uma campanha eleitoral elas terão mudado de estatuto na cidade.
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