Bom texto do Paulo Teixeira sobre a reforma política. Entretanto há um ponto do qual discordo, referente ao voto em lista. Para o deputado isso diminuiria o personalismo das eleições. Essa é uma preocupação pertinente, mas será que a única forma é reforçando os partidos como eles existem hoje? Teixeira diz que essa proposta teria que ser acompanhada de uma reforma: "será necessário também discutir a legislação partidária". Sim, mas a proposta do voto em lista não pode ser antecipada a isso.
Da forma como a burocracia partidária funciona hoje prefiro o personalismo e as associações de momento e não programáticas.
Há ainda uma transformação das formas de representação que passa pela própria forma de o trabalho se articular. Como pensar o que é o trabalhador contemporâneo hoje, se quisermos pensar um partido dos trabalhadores? Tudo indica que o centralismo e a hierarquização que hoje organizam os partidos é uma forma de excluir do debate aqueles interessados em política. Ou seja, antes do voto em lista é preciso pensar esses partidos. Me parece que a militância hoje se organiza e se faz de maneira muito mais acentrada e por multiplicidade de interesses, menos classista, é isso que deve ser incorporado ao congresso.
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