Em
julho acontece o Festival de Inverno da UFMG em Diamantina.
Olhei
com calma a programação e diria que esse festival é dos gestos mais bonitos e
políticos que vi a universidade fazer nos últimos tempos.
Trata-se
de um festival complexo, feito de pequenas intervenções e o tempo todo atento
ao conhecimento local, à comunidade e as possibilidades estéticas dos encontros
entre atores muito diferentes.
O
Festival faz um grande esforço apostando em um universidade forte, com grande
capacidade de ação, mas, ao mesmo tempo, permeável à toda invenção que não
passa por ela, por modos de vida que não são facilmente incorporáveis à lógica
do mercado, da mídia e da academia. Impressiona a capacidade de dar corpo e
promover ações com tanta ressonância com as reflexões políticas e estéticas que
são feitas hoje em certos meios acadêmicos.
Uma
das belas facetas do festival é a facilidade com que se passa de uma
intervenção mais ligada ao universo das artes a um escritório público de
arquitetura com a presença de um advogado ou de como aproxima, como proponentes
de ações, doutores e crianças. Estética e politica fazem parte de ações que não
são restritas a artistas ou a gestores e advogados.
Mais
do que uma simples aposta na diversidade, o festival consegue traçar uma
continuidade entre as questões estéticas, urbanas, discursivas, legais e
expressivas. Essa linha de continuidade é propriamente um não isolamento das
forças e desafios das próprias vidas no esforço de inventar um comum, ou seja,
“uma comunidade de partilha” em que essa comunidade parece desejar rever-se
reexperimentar-se, indo buscar em múltiplos cantos e saberes – populares,
acadêmicos, indígenas – as potências para uma invenção no presente, para uma
forma de estar junto e sermos muitos.
Diamantina,
Julho
– de graça!
Um comentário:
Cezar: que finíssima caracterização do nosso desenho!! Valeu toda a trabalheira!! Ganhamos o semestre! Postado no facebook por Cesar Guimarães, coordenador do Festival de Inverno
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