1 - o
óbvio: moradia e transporte constituem os direitos mínimos na cidade.
Em um país
onde uma massa de pessoas anda a pé porque não podem pagar o transporte ou em que
o bilhete de ida e volta todos dias do mês consome um quarto do salario mínimo,
a luta pelo transporte é central para que a democracia possa existir.
Para que o
povo, o homem comum, possa usufrui e ter direito à cidade e à política ele não
pode ser isolado de sua circulação.
Tarifa zero
não é uma utopia mas o exercício da democracia.
Para a
tarifa zero ser um projeto de longo prazo o preço transporte urbano não pode
nunca mais subir.
2 - Quando
vejo as imagens dos trabalhadores pulando as catracas da central o que está em
jogo é a evidência de que as regras acordadas pelos poderes atuais colocam em
risco a democracia mesmo, afogando os direitos dos cidadãos.
3 - Uma
democracia se fortalece quando ela garante espaço de liberdade aos
contra-poderes e a desobediência civil é inerente à democracia. Não aceitar o
aumento da passagem é apenas uma antecipação da cidade que está sendo
construída. Podemos fazer a tarifa zero lentamente, sem aumento. Mas se houver
aumento ela será feita rapidamente, pulando-se a roleta, garantindo-se a
democracia.