É importante aprender isso porque lá na frente....
E quantas vezes nos deparamos com professores, livros e nós mesmos fazendo essa formulação para convencer filhos e alunos a aprender uma reação química, uma problema de álgebra ou objeto indireto?
Preocupado em pensar um ritmo para o aprendizado que não seja pautado por um simples esquadrinhamento do tempo, como se o aprendizado estive associado à idade ou à passagem normatizada de séries, Whitehead define três estágios para o aprendizado; romance, precisão e generalização.
1 - Romance – momento do entusiasmo, das descobertas randômicas, conexões pouco precisas.
2 -Precisão – a extensão das relações são subordinadas à precisão das formulações.
É o momento da gramática – da língua, da ciência - mas não é possível um momento de precisão sem o romance.
Se a precisão antecede a conexão, o aprendizado vira um acúmulo artificial e inútil, diz Whitehead.
Não há objeto direto sem o entusiasmo pelo lugar onde ele pode nos levar.
3 - Generalização - Hegelianamente, o terceiro estágio de Whitehead tem um caráter sintético. Retorna-se ao romance com técnica, gramáticas e ideias organizadas e classificadas.
A educação, para se manter viva, diz Whitehead, não pode interromper esse círculo: romance, precisão, generalização. Esse ritmo, pautado por uma certa dialética entre ordem e desordem, não pode ser ordenado fora do processo do conhecimento.
No artigo, chamado The Rythm of Education, Whitehead coloca que
não é verdade que as matérias mais fáceis devem anteceder as mais difíceis.
Algumas mais difíceis devem vir antes porque elas são essências para a vida, claro.
O inglês tem uma escrita divertida e nessa palestra ele dá como exemplo o aprendizado infantil que precisa, na primeira infância, aprender a associar sentidos com sons, para a prender a falar. Uma operação altamente complexa. Logo depois, para aprender a escrever, trata-se de associar sons com formas...
O que é a dificuldade de um texto de Guimarães Rosa perto disso?
Ordenar a educação do mais fácil ao mais difícil, como um princípio, faz sentido se ela é artificialmente separada dos dois elementos centrais para Whitehead, a aplicabilidade e a lógica das combinações fresca.
Uma criança é capaz de falar por conta da aplicabilidade evidente que seu esforço e conhecimento recebe, por outro lado, uma tarefa muito mais simples, uma equação de álgebra ou a conjugação de um verbo pode parecer uma tarefa absurdamente complexa se isolada de outros processos de aprendizado do estudante.
Na etapa do romance, abre-se uma disponibilidade para tarefas muito complexas, como aprender a falar, por exemplo.
Me parece que a essa é uma das grandes dificuldades para os professores. Nossos alunos nunca estão no mesmo ritmo e os três estágios fazem parte de uma mesma turma, quiçá de uma de uma mesma pessoa.
Em aulas criativas, oficinas de cinema, é evidente como esses estágios precisam coabitar. Certos alunos tem extrema dificuldade de sair do romance e outros, como um aluno que tive, na primeira aula de direção me perguntava sobre o codec que ele deveria usar nos exercícios. Para ele talvez o romance estivesse nessas descobertas, o que me colocava uma dificuldade, mas, difícil também seria começar o curso pelo codec e explicar aos estudantes que “lá na frente....”
E quantas vezes nos deparamos com professores, livros e nós mesmos fazendo essa formulação para convencer filhos e alunos a aprender uma reação química, uma problema de álgebra ou objeto indireto?
Preocupado em pensar um ritmo para o aprendizado que não seja pautado por um simples esquadrinhamento do tempo, como se o aprendizado estive associado à idade ou à passagem normatizada de séries, Whitehead define três estágios para o aprendizado; romance, precisão e generalização.
1 - Romance – momento do entusiasmo, das descobertas randômicas, conexões pouco precisas.
2 -Precisão – a extensão das relações são subordinadas à precisão das formulações.
É o momento da gramática – da língua, da ciência - mas não é possível um momento de precisão sem o romance.
Se a precisão antecede a conexão, o aprendizado vira um acúmulo artificial e inútil, diz Whitehead.
Não há objeto direto sem o entusiasmo pelo lugar onde ele pode nos levar.
3 - Generalização - Hegelianamente, o terceiro estágio de Whitehead tem um caráter sintético. Retorna-se ao romance com técnica, gramáticas e ideias organizadas e classificadas.
A educação, para se manter viva, diz Whitehead, não pode interromper esse círculo: romance, precisão, generalização. Esse ritmo, pautado por uma certa dialética entre ordem e desordem, não pode ser ordenado fora do processo do conhecimento.
No artigo, chamado The Rythm of Education, Whitehead coloca que
não é verdade que as matérias mais fáceis devem anteceder as mais difíceis.
Algumas mais difíceis devem vir antes porque elas são essências para a vida, claro.
O inglês tem uma escrita divertida e nessa palestra ele dá como exemplo o aprendizado infantil que precisa, na primeira infância, aprender a associar sentidos com sons, para a prender a falar. Uma operação altamente complexa. Logo depois, para aprender a escrever, trata-se de associar sons com formas...
O que é a dificuldade de um texto de Guimarães Rosa perto disso?
Ordenar a educação do mais fácil ao mais difícil, como um princípio, faz sentido se ela é artificialmente separada dos dois elementos centrais para Whitehead, a aplicabilidade e a lógica das combinações fresca.
Uma criança é capaz de falar por conta da aplicabilidade evidente que seu esforço e conhecimento recebe, por outro lado, uma tarefa muito mais simples, uma equação de álgebra ou a conjugação de um verbo pode parecer uma tarefa absurdamente complexa se isolada de outros processos de aprendizado do estudante.
Na etapa do romance, abre-se uma disponibilidade para tarefas muito complexas, como aprender a falar, por exemplo.
Me parece que a essa é uma das grandes dificuldades para os professores. Nossos alunos nunca estão no mesmo ritmo e os três estágios fazem parte de uma mesma turma, quiçá de uma de uma mesma pessoa.
Em aulas criativas, oficinas de cinema, é evidente como esses estágios precisam coabitar. Certos alunos tem extrema dificuldade de sair do romance e outros, como um aluno que tive, na primeira aula de direção me perguntava sobre o codec que ele deveria usar nos exercícios. Para ele talvez o romance estivesse nessas descobertas, o que me colocava uma dificuldade, mas, difícil também seria começar o curso pelo codec e explicar aos estudantes que “lá na frente....”
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