Saímos do centro Nova Iguaçu na sexta feira, por volta das 14:00 e em pouco mais de uma hora estávamos na frente das ruínas da fazenda São Bernardino, quase na entrada da Reserva do Tinguá, ainda em Nova Iguaçu.
Da frente da fazenda sai a rua das palmeiras, uma imponente viela cercada de palmeiras imperiais, como tantas fazendas do séc. XIX.
A rua da Palmeiras nos leva até o Assentamento São Bernardino, onde fomos conhecer a biblioteca comunitária que há dois anos ocupa a Associação dos Lavradores. Ali a Tânia com a ajuda de mais dois voluntários e com a boa vontade do pessoal da Associação reuniu mais de 7000 mil livros catalogados e quase 3000 esperando tempo e espaço para catálogo.
O Assentamento existe há 22 anos, permanece um lugar rural, de clima mais ameno que o do centro da cidade e cercado de verde. O ambiente tranquilo traz junto a dificuldade de estar longe do centro e mesmo de Vila de Cava, alí perto.
O ideal de Tânia é liberar a Associação de moradores e montar a biblioteca em Vila de Cava, mas até agora não houve dinheiro para tal.
Para cuidar desse acervo que inclui mais de 700 livros de literatura infantil e outros 800 de literatura adulta a D. Tânia ainda não conseguiu um computador, o que é o mais urgente. Apesar da falta de estrutura o lugar é bem cuidado, há uma sala só para as crianças e os livros e empréstimos são bastante organizados. Não se trata de uma relação fetichista com os livros.
Eles estão ali para serem usados, emprestados.
O estranhamento é ver um trabalho muito intenso com muito pouco retorno. Há um tempo e uma crença naquela dedicação que é comovente. Trabalha-se porque é necessário, ou, será necessário, não se sabe muito bem quando.
Ou não, o retorno está na moça que "ontem passou lá e levou quatro livros de história".
Na volta para o Centro atravessamos a Vila de Cava, compramos um cacho de banana-ouro e tomamos caldo de cana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário