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Nostalgia (1971), do artista e teórico americano Hollis Frampton, morto em 1984, é citado por Bernardet no livro sobre Abbas Kiarostami como exemplo de um "Structural Film". Frampton escolhe 13 fotos e as coloca sobre uma boca de um fogão. Todas as fotos são de alguma forma parte da vida de Frampton, trata-se de um trabalho quase-autobiográfico. Enquanto as fotos queimam e se contorcem Frampton fala a data da foto e faz comentários sobre a imagem, composição, quem estava presente, etc. Cada plano dura 2:40. Mas há um detalhe perturbador, Frampton nunca comenta a foto que estamos vendo, mas a seguinte. No início, tudo parece muito simples, como se o texto dobrasse o que estamos vendo, mas, quando percebemos o dispositivo, a cada imagem tentamos ouvir o texto - para podermos lembrar dele enquanto vemos a foto seguinte e ver a imagem tentando se lembrar do texto que ouvimos na foto anterior. De repente, onde parecia haver redundância - o que demandava pouco esforço do espectador - se torna um jogo muito complexo em que o espectador está sempre perdendo algo em relação às imagens.
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