23 de abr. de 2010

José Piñera, o Chicago Boy em ação.

Em A Doutrina do Choque, Naomi Klein dedica uma parte importante de sua pesquisa ao Chile.
Nos anos 70, com o golpe contra Allende, o Chile se transforma em um país-teste para o liberalismo econômico radical, intelectualmente organizado por Milton Friedman e operado no Chile pelos Chicago Boys.
Os Chicago Boys era um grupo de jovens estudantes chilenos que nos anos 60 frequentam a Universidade de Chicago e são treinados para o liberalismo a la Friedman. Depois do golpe no Chile, eles são os principais responsáveis pela economia chilena.
Um dos Chicago Boys, até hoje orgulhoso com o título, era José Piñera. Formado em Chicago e Harvard.
Piñera foi responsável pela privatização da previdência social. Personagem importante no governo Pinochet.
Governo que nos 17 anos em que ficou no poder realizou coisas como:
Desmembrou as escolas públicas
Encontrou a hiperinflação e o desemprego de 30% da população em 1982.
Colocou em 1988 mais de 40 % da população abaixo da linha de pobreza.
Aumentou em 83% a renda dos 10% mais ricos.
Em 2007 o Chile estava entre os 10 países com a maior desigualdade do mundo.
A situação não foi pior porque Pinochet não privatizou a Codelco, estatizada por Allende e responsável por 85% das exportações chilenas.

Bem, pois apesar de ter sido peça importante nessa história de violência e aberrações sociais, Piñera ainda está no ar.
Para minha surpresa, cruzei com uma entrevista com ela feita pela Fox News. Piñera é tratado como um expert bem sucedido quando o assunto é previdência. Na Fox, ele diz o que os EUA tem que fazer. É simples; cada um paga 10% do que ganha, o governo não pode mexer nisso e no final da ele recebe o que economizou. Privatiza-se tudo. Em uma sociedade desigual, o estado simplesmente reforça a desigualdade.

Esse personagem ainda fazer parte do debate, é triste. Suas idéias pautarem a oposição ao governo Obama, é risível.

2 comentários:

Vinícius Reis disse...

Cacete!

Vinícius Reis disse...

Cê viu que o "anônimo" do post anterior era eu, né? Não sei onde cliquei para ficar com esse estranho status...