A fala da presidenta tem uma aproximação com o tom da grande
mídia que me parece relevante destacar.
Lamenta-se os protestos em relação à inserção do Brasil no
cenário mundial.
Tudo vinha tão bem.... A Copa apareceria como um coroamento
de uma trajetória que colocou o Brasil como um “player” central nas questões
globais. E, logo agora, essas manifestações.
Os protestos precisa ser pensados não apenas como um
problema na inserção em uma ordem vigente, regida por agencias de risco e
padrões homogeneizantes de estádios de futebol, mas como problematização dessa
ordem.
As manifestações não ocorrem porque o projeto
desenvolvimentista e centrado no consumo industrial não deu certo, mas porque
não é o projeto adequado. Ou, se foi durante dez anos, ele parece ter chegado
ao limite. Nesse sentido, o Brasil assume efetivamente um protagonismo,
questionando o projeto que o mundo admira. Os índios e a nossa imobilidade
urbana testemunham os desdobramentos desse projeto. As agências de risco não
incluem o risco de ser Guarani-Kaiowa.
Dilma pede que recebamos bem nossos convidados, mas como, se
não fomos convidados para a festa? O Brasil é um detalhe para a Copa.
As manifestações dão um limite para a FIFA, símbolo da forma
como fomos alijados do que nos pertence, o futebol.
No projeto de inclusão no consumo, estamos entendendo que
para alcançar um patamar relevante de cidadania com cultura, educação, futebol
e tempo livre é preciso ser rico.
Minha pauta – já que tantas são possíveis - : eu não quero
que meus filhos sejam obrigados a serem ricos.
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