8 de jul. de 2007

Exploração no capitalismo - Boltanski e Chiapello

Em um outro post eu havia comentado a diferença que Boltanski e Chiapello fazem entre exploração e exclusão e a possível conexão que podemos fazer entre os diferentes conceitos e processos e a prática do documentário.


Segundo os autores, a exploração é difícil de visualizar no capitalismo porque ela passa por uma série de artifícios que a dissimulam:

1 A exploração é juridicamente negada. Legalmente não há exploração. Existe um contrato.
2 A exploração não se dá face a face, mas é sistémica. mesmo o que explora no face a face não se sente responsável, pois a exploração no capitalismo é sempre maior do que aparece na relação entre dois atores. A dona de casa e a doméstica, por exemplo.
3 A exploração envolve atores que operam a distância. Há sempre uma longa cadeia. O que obtém mais lucro da exploração - os acionistas, por exemplo - não são os que fazem o face a face - os gerentes, administradores, etc.

O desafio para os autores é traçar linhas de continuidade em um capitalismo que desconhece limites espaciais e temporais. Como criar medida no que é sem medida?

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