8 de jul. de 2007

Pelbart, Ueinzz e subjetividade


Peter Pal Pelbat dirige o grupo Ueinzz, formado atores usuários de serviço de saúde mental de São Paulo. O espetáculo do grupo é das mais fortes peças que já vi. É claro que o fato de eu saber da condição dos atores ajudou para isso. Não por simpatia, mas porque o grupo consegue um incrível feito que é tornar esteticamente potente o que nos acostumamos a ver como inferioridade. Os gestos, as gagueiras, as movimentos dão a ver poder de invenção que existe naquelas pessoas e o poder de reinvidicação por aqueles gestos.

Me lembro do espetáculo agora pois acabo de ler um excelente texto de Pelbat: Exclusão e biopotência no coração do Império

No artigo Pelbart volta a Boltanski e Chiapelo lembrando a questão da exclusão no capitalismo conexionista mas se colocando duas questão fundamentais:

"Que possibilidades restam de criar laço, de tecer um território existencial,
de reinventar a subjetividade, na contramão das capturas e serializações, das
desterritorializações e reterritorializações que são propostas a cada minuto pela economia material e imaterial atual, com todo o seu jogo perverso de inclusão total e exclusão maciça, de mobilização integral e imobilização massiva, de valorização crescente dos ativos intangíveis tais como inteligência, criatividade, afetividade, e de penetração inédita na dimensão subjetiva?
Como medir modos de subjetivação emergentes, focos de enunciação coletiva, territórios existenciais, inteligências grupais que escapam aos parâmetros consensuais, às capturas do capital e que não ganharam ainda suficiente visibilidade no repertório da cidade?"

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