Em uma mesma noite, em Belo Horizonte, tive o grande prazer de assistir Iracema, uma Transa Amazônica (1974) de Jorge Bodansky e Orlando Senna e Serras da desordem, (2006) do Andréa Tonacci - um filme estupendo. Se Iracema é um clássico e um filme que permanece absolutamente atual, tanto no tema como na forma, o filme do Tonacci certamente vai se tornar um desses filmes obrigatórios, parte da história do documentário brasileiro. Filme complexo, rico, instigante, para ver e rever.
As opções de montagem e narrativa são desconcertantes. Vi o filme dois dias atrás e tenho saudades.
Etnográfico e godardiano, o filme consegue narrar uma história impressionante sem entregá-la ao excentrico, fazendo e refazendo constantes conexões com o mundo, pela imagem.
Essa sessão foi parte da programação da Mostra Cine BH, com curadoria do Cléber Eduardo.
Ótima crítica da Daniel Caetano sobre o filme.
2 comentários:
Há tempos que venho lendo e ouvindo falar do Serras da Desordem. Gostaria muito de ter visto o filme. Li em algum lugar que ele chegou a ser lançado; ficou, tipo, uma semana em cartaz e saiu.
Perdi...
Abraços,
Vinícius.
Tenho a impressão que o filme não foi lançado não.
O fato de o filme ter mais de duas horas é um complicador.
Fiquei pensando muito sobre isso. O que fazer em um caso como esse?
Em BH um cineasta que saiu com vinte minutos de filme me disse que além de não gostar de índios o diretor devia ter cortado o início. Não vou dizer o nome do cara porque sou um covarde.
Mas bem, o que fazer?
Os 135 minutos de filme me parecem fundamentais, mas isso certamente traz problemas de comercialização.
Ver em DVD não ajuda. É um filme que pede a dedicação que temos no cinema. Talvez o indiofóbico tivesse razão, era preciso diminuir um pouco o filme.
Se você não viu até agora, as chances serão inúmeras, esse filme estará sempre nas melhores mostras, cada vez que o documentário brasileiro desejar ser pensado.
meu abraço
Cezar
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