E mais uma reunião, um encontro online e todos estão lá. Todos resistem. Todos aguentam.
Parece que somos destinados a aguentar, a suportar. Destinados a encontrar alguma força para o próximo dia, para a próxima burocracia, para os próximos trocados que garantirão a noite.
Parece que somos destinados a aguentar, a suportar. Destinados a encontrar alguma força para o próximo dia, para a próxima burocracia, para os próximos trocados que garantirão a noite.
E, em algum lugar, essa memória que nos atordoa. Podia ter aproveitado mais aquela época de corpos se tocando, de conversas ao pé do ouvido, de ruas cheias e proximidades para ver uma tela, um palco. Podia ter me jogado nessa multidão-mundo.
Agora isso falta, mas todos aguentam. Aguentam tanto!
Mas algo desaba. Em algum canto, casa, quarto, alguém diz: chega dessa p toda. E aí entra em uma linha de destruição, de limite. Um basta em alguma depressão, alcoolismo, abandono.
Mas algo desaba. Em algum canto, casa, quarto, alguém diz: chega dessa p toda. E aí entra em uma linha de destruição, de limite. Um basta em alguma depressão, alcoolismo, abandono.
O impressionante é que tantos ainda estejam aí. O desastre sempre adiado. Para e pensa: nesse meio tempo o desastre já achou alguma saída. As vezes uma dessas saídas sem volta, saídas de tristeza, de medo, de rejeição de tudo. Ah, mas pelo menos o desastre ficou do lado de fora.
Respeito o que desaba.
-- Diário do entre-mundos 49 --
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