O que talvez cause também um estranhamento da Documenta 12 é uma opção por uma arte bem pouco espetacular. São muitos trabalhos pequenos e delicados, como os da brasileira Mira Schendel, presente com muitas obras, mas também de artistas jovens como o holandês Lidwien Van de Ven ou o chinês Lin Yilin. Ambos apresentam videos em single channel (uma só tela). O trabalho de Van ver Ven dura 3 minutos e mostra em um plano fixo uma criança, de uns 4 anos deitada no tapete de uma mesquita enquanto pessoas passam ao seu lado. É um trabalho muito simples em que a criança joga o espectador para uma dimensão trascendente daquele universo através de uma imagem banal.
O vídeo de Yilin é uma performance em que um homem sozinho faz uma parede de tijolos atravessar uma rua. Um trabalho que parece também discutir a tranformação das cidades chinesas ao mesmo tempo em que me lebrou o livro Música ao Acaso, de Paul Auster em que o personagem depois de perder uma partida de pôquer é obrigado a construir um gigantesco e inútil muro que não separa nada de nada.
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