5 maio 16
É claro que vivemos uma duríssima crise política no país.
Os poderes em tensão. O legislativo tirando um presidente eleito e sem crime, o judiciário retirando o presidente da câmara por uma decisão de uma pessoa apenas e ao mesmo tempo, esse mesmo judiciário organizando suas agendas a partir de interesses específicos.
A evidencia da ausência de uma centralidade que organize tudo isso traz problemas, mas também deveria ser celebrada. É impressionante como boa parte da esquerda passou a pensar a política apenas como forma de atuação do e com o Estado, deixando de olhar para o próprio Estado como aquilo que precisa de limites constantes.
Na atual crise, no temor de que o vice assuma e produza um desmonte de algumas boas políticas implantadas nesses anos de PT, a briga deveria ser antes por mais democracia, menos centralidade, mais participação popular no orçamento e nas ações locais, menos presença do Estado como interventor moral.
A centralidade excessiva do Estado parece não perturbar direita e esquerda, pelo contrário. Quanto mais poderoso e centralizador for o Estado, mais ele parece interessar aos membros de todos os poderes.
Não vejo hoje uma agenda de esquerda que não passe fortemente pela defesa de um Estado que, por um lado se faça presente lá onde as forças do capital produzem desigualdades, diminuindo as potencias de ser e agir e, por outro, se faça ausente, entregando para comunidades, movimentos, cidades, as decisões sobre as formas de atuação, distribuição de gastos, etc.
A educação é um bom exemplo. O MEC propõe hoje uma Base Nacional Curricular Comum, inviabilizando toda a autonomia das escolas na decisão sobre os currículos, homogeneizando verticalmente os saberes. Autonomia, invenção e liberdade, que deveriam reger as práticas da esquerda, encontram no Estado um limite, ao mesmo tempo em que o Estado promove sua própria centralidade.
Sim, a crise é dura, e um dos aprendizados que poderíamos ter é de que enquanto as ações do Estado não tiverem como norte o singular, as diferenças, o heterogêneo, continuaremos vivendo essas crises como se fosse o fim do mundo.
Quando vejo os três poderes se engalfinhando, não deixo de ter certa alegria.
É claro que vivemos uma duríssima crise política no país.
Os poderes em tensão. O legislativo tirando um presidente eleito e sem crime, o judiciário retirando o presidente da câmara por uma decisão de uma pessoa apenas e ao mesmo tempo, esse mesmo judiciário organizando suas agendas a partir de interesses específicos.
A evidencia da ausência de uma centralidade que organize tudo isso traz problemas, mas também deveria ser celebrada. É impressionante como boa parte da esquerda passou a pensar a política apenas como forma de atuação do e com o Estado, deixando de olhar para o próprio Estado como aquilo que precisa de limites constantes.
Na atual crise, no temor de que o vice assuma e produza um desmonte de algumas boas políticas implantadas nesses anos de PT, a briga deveria ser antes por mais democracia, menos centralidade, mais participação popular no orçamento e nas ações locais, menos presença do Estado como interventor moral.
A centralidade excessiva do Estado parece não perturbar direita e esquerda, pelo contrário. Quanto mais poderoso e centralizador for o Estado, mais ele parece interessar aos membros de todos os poderes.
Não vejo hoje uma agenda de esquerda que não passe fortemente pela defesa de um Estado que, por um lado se faça presente lá onde as forças do capital produzem desigualdades, diminuindo as potencias de ser e agir e, por outro, se faça ausente, entregando para comunidades, movimentos, cidades, as decisões sobre as formas de atuação, distribuição de gastos, etc.
A educação é um bom exemplo. O MEC propõe hoje uma Base Nacional Curricular Comum, inviabilizando toda a autonomia das escolas na decisão sobre os currículos, homogeneizando verticalmente os saberes. Autonomia, invenção e liberdade, que deveriam reger as práticas da esquerda, encontram no Estado um limite, ao mesmo tempo em que o Estado promove sua própria centralidade.
Sim, a crise é dura, e um dos aprendizados que poderíamos ter é de que enquanto as ações do Estado não tiverem como norte o singular, as diferenças, o heterogêneo, continuaremos vivendo essas crises como se fosse o fim do mundo.
Quando vejo os três poderes se engalfinhando, não deixo de ter certa alegria.
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