29 de jul. de 2016

8 abril 16

Talvez o provincianismo seja nosso também, mas é impressionante o tratamento que a grande mídia vem dando aos Panamá Papers.
O primeiro ministro da Islândia renunciou.
Cameron, primeiro ministro da Inglaterra, assume ter se beneficiado do paraíso fiscal através de contas do pai - e corre sérios riscos.
Sanders, pré-candidato democrata nos Estados Unidos, é lembrado pela ênfase com que se opôs ao tratado de livre comércio com o Panamá, em 2011: "O Panamá é líder mundial quando se trata de permitir que americanos ricos e grandes corporações fujam dos impostos nos Estados Unidos, levando seu dinheiro para esse paraíso fiscal.” Isso pode manter a série de vitórias que vem tendo nas primárias.
No nosso caso, uol, O Estado de S.Paulo e a RedeTV, tem exclusividade no acesso aos documentos vazados. A impressão que se tem é que funcionam como engavetadores. As matérias são lacônicas, não obtém nenhuma destaque ou simplesmente são abandonadas. Vale lembrar que “nossa” participação nos Panamá Papers não é nada pequena: membros de sete partidos, um juíz do supremo, o presidente da câmara, etc.
O engavetamento para o qual O jornalista Fernando Rodrigues colabora de maneira enfática cita uma pessoa que aparece nos arquivos da Mossack, ele escuta a pessoa, ou simplesmente a pessoa não responde e o interesse acaba.
Vejam o caso de André Meloni Nassar número dois do Ministério da agricultura e que responde pela Kátia Abreu (PMDB) quando ela não está. Ele aparece em um dos arquivos, não respondeu ao jornalista e talvez não mais ouçamos falar sobre o rapaz.
Dentre os tantos problemas que a atual crise traz, um deles é que nos tornamos monotemáticos.
Qualquer assunto fora da novela diária parece fadado ao desaparecimento. Sorte dos envolvidos na evasão de impostos e nas contas secretas reservadas aos riquíssimos.
Se um bom juiz de primeira instância levasse a sério os vazamentos do HSBC no ano passado e os Panamá Papers, pelo menos daria para mudar de canal.

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