18 junho 2016
Minha geração vive um profundo choque político, mas também subjetivo.
Saímos da ditadura, vimos erros e acertos de governos civis, fomos críticos a certos caminhos do petismo, mas, de alguma maneira, entre tensões, avanços e retrocessos, havia a impressão que o pensamento importava. Havia a impressão que a relação entre sociedade e política havia alcançado patamares mínimos de respeito.
Hoje, o choque.
O caso da Escola sem Partido nos coloca de volta aos debates do século XIX. Nos faz lembrar que pela escola democrática e inventiva, crítica à funcionalização do saber, crítica à instrumentalização pelos poderes da igreja e do capital, homens e mulheres literalmente morreram.
O caso da Escola sem Partido nos coloca de volta aos debates do século XIX. Nos faz lembrar que pela escola democrática e inventiva, crítica à funcionalização do saber, crítica à instrumentalização pelos poderes da igreja e do capital, homens e mulheres literalmente morreram.
O choque hoje nos atravessa. Tínhamos a impressão que certas batalhas havia sido definitivamente ganhas pela gerações anteriores e que hoje, em novo patamar, nossa disputa era outra.
Hoje a luta parecia ser pela qualidade, pela igualdade e por mais liberdade. Até muito pouco tempo seria inimaginável que teríamos que nos mobilizar para que uma lei não venha a organizar o que pode e o que não pode ser dito ou pensado na escola. Mas é isso que acontece.
A escola – especializada no Brasil em manter as nossas diferenças de classe – agora deve ser calada totalmente. Deve ser reprodutora de uma sociedade em que o capital é aquilo que se diz existir como natureza e não como ideologia. Com esse projeto, que prega que seja “vedada, especialmente, a aplicação dos postulados da teoria ou ideologia de gênero” não se deseja agora apenas a manutenção das estruturas de classe, mas a destruição da escola e a criação de uma legislação que proíba o país de ser outro ou de se pensar.
Hoje a luta parecia ser pela qualidade, pela igualdade e por mais liberdade. Até muito pouco tempo seria inimaginável que teríamos que nos mobilizar para que uma lei não venha a organizar o que pode e o que não pode ser dito ou pensado na escola. Mas é isso que acontece.
A escola – especializada no Brasil em manter as nossas diferenças de classe – agora deve ser calada totalmente. Deve ser reprodutora de uma sociedade em que o capital é aquilo que se diz existir como natureza e não como ideologia. Com esse projeto, que prega que seja “vedada, especialmente, a aplicação dos postulados da teoria ou ideologia de gênero” não se deseja agora apenas a manutenção das estruturas de classe, mas a destruição da escola e a criação de uma legislação que proíba o país de ser outro ou de se pensar.
Para os idealistas desse projeto. O país já está como deve ser e não cabe a ninguém que passe por uma escola pensar o contrário.
Trata-se de tornar lei o moralismo e a indiferença ao outro.
Trata-se de tornar lei a irrelevância do pensamento coletivo.
Fora do indivíduo, não há interesse: como diz o projeto: o professor “não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas;”
Trata-se de tornar lei o moralismo e a indiferença ao outro.
Trata-se de tornar lei a irrelevância do pensamento coletivo.
Fora do indivíduo, não há interesse: como diz o projeto: o professor “não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas;”
Quando defendermos o estado de direito, precisamos pensar duas vezes. Como é evidente, estamos cada vez mais cercados de leis que existem para manter a injustiça.
A luta é dupla. Leis como essa não podem passar. Leis como essa não podem ser respeitadas.
A luta é dupla. Leis como essa não podem passar. Leis como essa não podem ser respeitadas.
Nesse momento, quando depois de muito esforço parecíamos estar construindo algo, alguém ri de nossa cara e diz: começa novamente.
Recomeçar sem nenhuma batalha ganha é o que o momento nos exige. Uma reinvenção subjetiva, inseparável da urgência do momento.
Recomeçar sem nenhuma batalha ganha é o que o momento nos exige. Uma reinvenção subjetiva, inseparável da urgência do momento.
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