29 maio 16
Na relação da cultura com o Estado vemos o cerne das tensões entre o capitalismo mais avançado e as formas mais resistentes a ele.
O que mais interessa o capitalismo hoje é a forma como consegue inventar formas de vida capitalizáveis.
Mais do que inventar produtos, modula-se formas de estar no mundo, da competição generalizada - das empresas às universidades – às maneiras de ocupar o tempo e as emoções – dos dispositivos móveis de comunicação e seus aplicativos de afeto, passando pela arquitetura das “grandes reformas” urbanas à subordinação de todos ao transporte humilhante.
Vampirizar – como escreveu Suely Rolnik - e modular as formas de vida, são as práticas essências do capitalismo contemporâneo. Trata-se de operar na sensibilidade, nos afetos e na cultura. Hoje, todas as esferas do Estado operam nesses níveis: agricultura, transgênicos, mobilidade, saúde, moradia, etc. Mas, como sabemos, há um ministério separado só para pensar cultura: ou seja, por um lado isso é fundamental, por outro isola a cultura: Todos os ministérios deveriam ser: Ministério da economia e da Cultura, Ministério da Cultura e da Agricultura, etc etc.
São esses mesmos modos de vida moduláveis pela capitalismo - como tanto trabalhou Negri – que são excêntricos ao ideário do capital. É das formas de vida que as resistência e invenções aparecem.
Curioso paradoxo: enquanto todas as esferas da vida pública operam hoje diretamente na cultura, é a cultura mesma que deve ser excluída da reflexão sobre essas esferas. Trata-se de agir sobre as formas de vida segundo interesses ditos pragmáticos, como se a ação sobre as formas de ser fosse uma consequência e não o foco. Ora, sabemos que não é.
É assim que um Ministério da Cultura, por exemplo, traz as mais fortes tensões para o capitalismo. Ali, as formas de vida podem ser exploradas sem dó: carnaval, turismo e as próprias expressões sensíveis de um povo. Mas, ao mesmo tempo, é ali que o Estado é mais tensionado para que as formas de vida excêntricas e inventivas – descompassadas com a modulação do capital – tenham, elas também, uma presença no país, que façam diferença com o que podem trazer de não planificável pelo Estado ou pelo capital.
Em um Ministério da Cultura, cada vez que as verbas diminuem e a centralidade das decisões aumenta, sabemos que é a administração dos nossos modos de ser que está sendo privilegiada.
Mais do que inventar produtos, modula-se formas de estar no mundo, da competição generalizada - das empresas às universidades – às maneiras de ocupar o tempo e as emoções – dos dispositivos móveis de comunicação e seus aplicativos de afeto, passando pela arquitetura das “grandes reformas” urbanas à subordinação de todos ao transporte humilhante.
Vampirizar – como escreveu Suely Rolnik - e modular as formas de vida, são as práticas essências do capitalismo contemporâneo. Trata-se de operar na sensibilidade, nos afetos e na cultura. Hoje, todas as esferas do Estado operam nesses níveis: agricultura, transgênicos, mobilidade, saúde, moradia, etc. Mas, como sabemos, há um ministério separado só para pensar cultura: ou seja, por um lado isso é fundamental, por outro isola a cultura: Todos os ministérios deveriam ser: Ministério da economia e da Cultura, Ministério da Cultura e da Agricultura, etc etc.
São esses mesmos modos de vida moduláveis pela capitalismo - como tanto trabalhou Negri – que são excêntricos ao ideário do capital. É das formas de vida que as resistência e invenções aparecem.
Curioso paradoxo: enquanto todas as esferas da vida pública operam hoje diretamente na cultura, é a cultura mesma que deve ser excluída da reflexão sobre essas esferas. Trata-se de agir sobre as formas de vida segundo interesses ditos pragmáticos, como se a ação sobre as formas de ser fosse uma consequência e não o foco. Ora, sabemos que não é.
É assim que um Ministério da Cultura, por exemplo, traz as mais fortes tensões para o capitalismo. Ali, as formas de vida podem ser exploradas sem dó: carnaval, turismo e as próprias expressões sensíveis de um povo. Mas, ao mesmo tempo, é ali que o Estado é mais tensionado para que as formas de vida excêntricas e inventivas – descompassadas com a modulação do capital – tenham, elas também, uma presença no país, que façam diferença com o que podem trazer de não planificável pelo Estado ou pelo capital.
Em um Ministério da Cultura, cada vez que as verbas diminuem e a centralidade das decisões aumenta, sabemos que é a administração dos nossos modos de ser que está sendo privilegiada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário