Perdi o timing dos lançamentos e só agora assisti o último Tarantino - Bastardos Inglórios.
Grande filme, Ilana Feldman já havia comentado e o Filipe Furtado escreveu uma ótima crítica na Cinética.
Um momento fantástico do filme.
A francesa, dona do cinema, acaba de atirar no jovem nazista que é, também, a estrela do filme que ela está projetando. Depois dos tiros ela olha para a tela e o vê em, plano próximo, em um momento de fragilidade, cansado, levemente pensativo. Pois é aquele plano que a faz esquecer quem era aquele homem e o projeto que de acabar com o cinema e com os nazistas ali presentes.
Um simples plano e ela percebe que havia uma pessoa, que havia matado alguém.
Mas, como sabemos, ela não o havia matado e ela é traida pelo cinema. Morta por ele.
O cinema pode matar.
A francesa morreu seduzida pelo filme, o cinema - a sala e a película - matou os nazista aprisionados e Tarantino matou todos, matou Hitler.
Um comentário:
Não lembro de um um outro filme que tematize de forma tão direta essa questão dos judeus vencerem a guerra, conquistando realmente o mundo através de Hollywood, realizando o sonho hitleriano (Godard fala isso do Hitchcock, mas é um pouco diferente, acho). E ainda mais interessante fazer isso através de um repertório de filmes B, western spaguetti, trazendo o tema "mais nobre" com o que o cinema tem de mais "mundano". Acho que é realmente um grande filme. E, curiosamente um filme de conversas (longuíssimas).
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