As mídias sociais fazem parte da realidade que estamos construindo, acredito, de uma outra democracia, de formas menos verticais de poder.
O que fazem os governos e as empresas? Tentando correr atrás, se inserir nas mídias sociais, se tornam prestadores de serviço, para além do produto, estabelecem diálogos com comunidades, twitteiros, blogueiros etc.
Publiquei neste blog uma entrevista com o escritor Julio Ludemir sobre as UPP. Julio fez uma fala crítica, historicizou o processo, chamou atenção para a especulação imobiliária e para os usos políticos.
Dois dias depois foi deixado um comentário - note que este deve ser o blog menos comentado da internet!
"Gostaríamos de convidá-lo a visitar o site www.upp.rj.gov.br para conhecer melhor as ações das Unidades de Polícia Pacificadora. Na análise que você postou, há algumas informações equivocadas. O Governo do Rio de Janeiro se coloca à disposição para esclarecer qualquer dúvida sobre as UPPs ou qualquer outra política de governo.
Abs,
Equipe de Comunicação Digital."
a assinatura do Comentário é "Governo".
Curioso não? Bem, fui ao site proposto e o que se vê muita propaganda de governo.
Ai está o exemplo de um uso equivocado de uma "Equipe de Comunicação Digital."
Ou essa equipe entra no debate ou não serve para nada.
A tentativa com esse comentário é fazer dos blogs e mídias sociais uma outra forma de poder vertical em que não vale uma voz aqui outra ali. Tudo que o "governo" conseguiu foi me direcionar para o site e dizer que o Julio está equivicado. Onde, no que, etc, não interessa.
Desta forma o governo atua como um controlador, rastreando na internet o que se fala sobre ele para tentar desqualificar sem entrar no debate.
A ação é muito mais reveladora do método - na Mídia e talvez na UPP - do que uma atenção ao que a população está pensando e escrevendo.
Um comentário:
http://www.ganhemais.co.cc//register.php?r=ytalo
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