Motivos fortes para indignação não nos faltam.
Nesse entre-mundos, diante dos gestos criminoso do executivo, altas doses de indignação são cada vez mais justificaveis.
Nesse entre-mundos, diante dos gestos criminoso do executivo, altas doses de indignação são cada vez mais justificaveis.
Há na ndignação uma energia de revolta, de inquietação em relação ao estado das coisas. Controle, violências, descasos, mortes. Há na indignação uma vitalidade inconformista.
Entretanto, a indignação pode ser também uma forma de concentrar a energia em um determinado sujeito ou problema a ponto de eliminar a complexidade das questões.
A indignação se torna assim altamente apaziguadora, colocando em um eleito a totalidade da revolta, nos desconectando do que está próximo, do cotidiano e suas tensões.
Em tempo de coronavírus a indignação parece transitar entre a energia que às 20:30 vai para a janela e nos mantém com força diante do absurdo-Bolsonaro, mas também a energia que nos faz olhar esse absurdo e usá-la como forma de se esquivar de participar do mundo como ele está.
A indignação é ambígua. Pode ser: estar e não estar presente.
Como dizer: isso não sou eu sem abandonar o mundo?
-- diário do entre-mundos 21 --
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