Uma ex-funcionária da Amazon é demitida porque, segunda ela, percebeu que as pessoas estavam adoecendo no galpão em que comandava 100 “pickers” – trabalhadores responsáveis por pegar os produtos do galpão para serem despachados -, e avisou seus superiores. Ninguém fez nada e ela procurou autoridades e a mídia. Demitida.
Funcionários da Amazon são obrigados a trabalhar horas extras – 2 dólares a mais por hora – para atender a demanda do momento.
O isolamento de alguns significa a radical exposição de outros.
Uma exposição que, associada à abstração do território, em que a rua desaparece, produz também uma abstração daqueles que sofrem. Quem está trabalhando para nós está tão longe - em algum galpão ou aeroporto da China ou dos Estados Unidos, em alguma fábrica de Bangladesh - que a exploração radicalizada, e rapidamente fatal em tempos de corona, parece pouco nos afetar.
O que já era praxe no capitalismo se torna a norma quando perdemos o território.
Sigo direitinho a quarentena, só compro pela internet.
No mesmo caminho a MP do governo que corta salários.
Em tempos de crise é necessário radicalizar a exploração.
Esse mundo que dificilmente um dia será o mesmo verá os esforços das elites em nada mudar, mas, para isso, esses poderes não terão – e já não tem – pudores em assumirem suas facetas assassinas.
Em tempos de crise é necessário radicalizar a exploração.
Esse mundo que dificilmente um dia será o mesmo verá os esforços das elites em nada mudar, mas, para isso, esses poderes não terão – e já não tem – pudores em assumirem suas facetas assassinas.
Talvez as máscaras possam servir para outros fins.
-- Diário do entre-mundos 7 --
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