24 de jun. de 2015

Greve UFF


Mesmo distante, tenho tentando insistentemente entender porque a greve na UFF é a melhor forma de luta hoje contra os cortes na educação e contra a precarização das condições de trabalho.
Infelizmente tem sido difícil obter respostas satisfatórias.
De um modo geral a resposta é: as coisas não vão bem, então precisamos fazer alguma coisa.
Concordo. Mas porque a greve?
2012, nossa última greve, foi um exemplo de tristeza. Campus vazios, retomada das aulas com pouquíssimos alunos, pós-graduação trabalhando durante a greve, ganhos mínimos, consequências enormes.

O debate é ainda empobrecido quando aqueles que são contra a greve são acusados de não entender os ganhos que as greves trazem. Ora, ser contra uma greve não significa ser contra greves, nem desconhecer a importância histórica das greves.
Associar os professores críticos à uma determina greve à pessoas que desconhecem a importância das greves, é um argumento fraco e arrogante.
A pior é ainda acusar os críticos de serem pessoas desinteressadas pela universidade pública. Bem, é necessário um enorme desconhecimento da universidade e do que acontece lá dentro para fazer essa associação entre os críticos à greve e um eventual desengajamento. Com frequência, ser crítico à greve é entender que nesse momento o melhor que podemos fazer para a universidade pública e para os nossos alunos é inventar outras formas de luta, mais criativas, mais mobilizadoras e que não esvaziem a universidade, que não parem as aulas.
Ah, mas os estudantes também optaram pela greve! Bem, não me parece em nada desrespeitoso não concordar com eles.
Antes dos campi vazios, por que não ousar parar um dia por semana, por exemplo?
Por que não começar pela desobediência às agências de fomento?
Por que não ministrar aulas públicas em espaços não universitários?
Etc, etc.
Continuarei tentando entender porque a greve é necessária, mas, confesso que as respostas que tenho tido apenas me convencem do contrário.

6.6.15

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