24 de jun. de 2015

Negociação não é política

Fica fácil para o PMDB e Cunha se imporem no congresso. A pauta de pequenos ajustes que o governo tenta passar não mobiliza ninguém.
Se houvesse clareza e peso político em uma pauta de educação ou de meio ambiente, por exemplo, o embate não seria por conta de pequenos acordos, mas visões de mundo.
Dilma, na sua perspectiva gerencial, entende tudo como negociação, sem jamais vir a público com questões dignas de quem é presidente.
Não há melhor momento para a presidente dizer: Temos que ser protagonistas no combate ao aquecimento global, por exemplo. Se isso fosse uma pauta, não teríamos que ficar discutindo miudezas palacianas, mas as opções de cada grupo em aceitar ou não o fim da água potável e a morte de muitos por conta de nossa forma de consumo. Uma pauta como essa mobiliza questões econômicas, sócias, de política internacional, culturais, etc.
A mesma coisa a educação. O ex-ministro Cid Gomes, quando ainda era ministro deu entrevistas burocráticas sobre o papel do governo federal na educação. É preciso partir do escândalo que é a desigualdade na educação. De outra maneira vamos ficar no gerenciamento da miséria. Sem pautas que exponham opções de mundo, congressistas como o presidente da Câmara ficam no conforto de suas opções moralistas... (frequentemente fomentados por movimentos enfadonhos de esquerda)
O que é perturbador é ver o debate organizado pelos meios conservadores e pelo gerenciamento do mesmo, sem um pingo de invenção ou de explicitação de nossos desastres. Quando o executivo tiver uma causa a vida vai ficar mais leve

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